Amados leitores, iremos refletir sobre a confissão, que nós católicos precisamos, mas muitos infelizmente ainda ignoram essa graça. Que o Senhor nos abra o coração para o entendimento de sua vontade.
PECADO ESQUECIDO na confissão fica perdoado se eu fiz bem o exame de consciência. PECADO ESCONDIDO na confissão não fica perdoado e eu não posso comungar e tenho de fazer outra confissão.
Está errado pôr comida limpa em prato sujo. Está errado receber a Jesus num coração sujo de pecado grande. Primeiro a gente lava o prato e depois põe a comida. Primeiro eu tenho de lavar minha alma com uma confissão bem feita e depois ir receber a Jesus na Hóstia. São Paulo, na sua 1a. carta aos Coríntios, cap.11,23-29, nos lembra disto.
Cristo, na noite da Páscoa, disse: "Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; àqueles aos quais os retiverdes, serão retidos" (Jo 20,22s). Assim, o sacerdote para dar o perdão a penitente precisa saber da sua disposição para deixar o pecado.
A praxe de confessar os pecados ao sacerdote já estava em vigor no Antigo Testemento. "... confessará o pecado cometido, levará ao Senhor como sacrifício de reparação pelo pecado cometido uma fêmea de gado miúdo... em sacrifício pelo pecado, e o sacerdote fará por ele o rito de expiação" (Lv 5,5s)
Deus quis e quer distribuir a graça aos homens mediante ministros e sinais sensíveis, pois somos por natureza social dependentes de coisas visíveis; a via normal para a nossa santificação é a via dos Sacramentos.
A confissão, porém, além de purificar a alma de suas máculas, dá-lhe também força para não recair. A virtude da penitência faz que a falta cometida seja destruída e também que não volte mais.
DO EXAME, DA DOR OU CONTRIÇÃO E DO BOM PROPÓSITO- Sabe-se que, para fazer uma boa confissão, três coisas se requerem: O exame de consciência, a dor de ter pecado, e o propósito de se corrigir.
1. Quanto ao exame, aos que freqüentam os sacramentos, não é necessário que quebrem a cabeça em indagar todos os pormenores das faltas veniais. É preferível que se apliquem mais a descobrir as causas e raízes de seus apegos e de suas negligências.Digo isto para as religiosas que vão se confessar, com a cabeça cheia de coisas ouvidas na grade, e não fazem outra coisa que repetir, de cada vez, a recitação das mesmas faltas, como uma cantilena, sem arrependimento e sem propósito de emenda.
2. É necessária, em segundo lugar, a dor ou contrição, e é o que se requer principalmente para obter a remissão dos pecados. As confissões mais longas não são as melhores, mas as em que há mais dor. O sinal de uma boa confissão, diz S. Gregório, não se acha no grande número de palavras do penitente, mas no arrependimento que demonstra.
- De resto, as religiosas que se confessam amiúde e tem horror até as culpas veniais, desfazem as dúvidas se tem ou não verdadeira contrição. Quereriam, cada vez que se confessam, ter lágrimas de enternecimento; e como apesar dos seus esforços e de toda a violência que fazem, não podem tê-las, estão sempre inquietas sobre suas confissões. É preciso que se persuadam que a verdadeira dor não está em senti-la mas em querê-la. Todo o mérito das virtudes está na vontade. É por isso que Gerson, falando da fé, assegura que aquele que quer crer, algumas vezes tem mais mérito do que aquele que crê.
3. É necessário enfim o bom propósito. O propósito exigido para a confissão, para ser bom, deve ser firme, universal e eficaz.Primeiramente, deve ser firme. Há alguns que dizem: eu não quereria cometer mais este pecado; eu não quereria mais ofender a Deus. - Mas ai! este eu quereria denota que o propósito não é firme. Para que o seja, é necessário dizer com vontade resoluta: Não quero mais ofender a Deus deliberadamente.Em segundo lugar, deve ser universal, isto é, deve o penitente propor-se a evitar todos os pecados sem exceção.
(DO FOLHETO: "EU, JOVEM, ME CONFESSO..." Frei Raul de L. Serta OCD)