sábado, 12 de março de 2011

PARA BEM VIVERMOS O PERÍODO QUARESMAL

 Queridos e amados, precisamos viver com intensidade esse período que nossa Igreja nos oferece, um período de conversão e de voltarmos para o Senhor. O exercício da penitência nos fará íntimos do Senhor e se tornará uma prática fácil para o coração que se volta pra Deus. Peçamos ao Senhor a graça da conversão!



A força da Penitência

Deus desde sempre chama o ser humano a reconhecer os seus pecados, fazer penitência para que possa ser capaz de acolher o Reino de Deus que está cada vez mais próximo de nós. Mas para falar da penitência é necessário fazer-nos uma pergunta fundamental: de que penitência falamos na época da quaresma? Não é a mesma coisa tratar da penitência sacramento.
Vamos, portanto, tentar compreender esta virtude que é autodomínio, controle de si mesmo, ascese e purificação de tudo o que não é  de Deus. Implica em afastar de nós todas as coisas que não nos permitem viver o mistério do amor infinito do Senhor.


Penitência
É uma virtude cristã fundamental para o crescimento interior e que integra toda a nossa vida espiritual, nos oferece sem dúvida elementos para podermos compreender melhor a superação do pecado, a nossa aliança com Deus, a nossa fidelidade e amor ao Senhor e ao próximo. Consiste na renúncia consciente em vista de um bem, por isso a penitência e o sacrifício em si mesmos não têm sentido, seria puro masoquismo ou renúncia de “besta”, como diz São João da Cruz, que era penitente e entendia de pessoas penitentes, mas também entendia de pessoas desequilibradas que faziam penitências para mostrar o que não eram.

A penitência cristã não consiste na privação por alguns momentos para em seguida “recuperar os tempos perdidos”, como me contava uma mulher santa e sábia: “Durante a quaresma eu faço penitência de não comer chocolate, mas, no dia da páscoa, eu recupero e como até me saciar...” A que serve esta maneira de pensar e de agir? A nada. Ou aquele distinto senhor que era capaz de ficar um mês inteiro sem beber nada alcoólico, mas depois esvaziava garrafas inteiras. Não é esta a penitência que o Senhor deseja.




São João da Cruz sobre penitência é bastante claro e lúcido.


“Atraídos pelo gosto experimentado em suas devoções, alguns se matam de penitências; outros se enfraquecem com jejuns, indo além do que a sua debilidade natural pode suportar. Agem sem ordem nem conselho do outrem; furtam o corpo à obediência, à qual se devem sujeitar; chegam até o ponto de agir contrariamente ao que lhes foi mandado. A penitência deve ser vista como atitude interior de todo o nosso ser para nos converter e assumir com verdade o evangelho de Jesus como norma de vida.

Frei Patrício Sciadini, ocd.
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