quinta-feira, 31 de março de 2011

CRIADOS POR AMOR E PARA O AMOR

“O ferro com o ferro se afia, e o homem, pelo contato com o próximo” (Pr 27, 17)


Deus, ao criar o homem, não quis que ele estivesse só. Deus fez do homem um ser social. Somos chamados a encontrar a plenitude da nossa realização pessoal no convívio com os irmãos. Isso porque a vocação do homem é amar. Somos filhos do Amor, criados à sua imagem e semelhança. Isso significa que o amor faz parte de nossa natureza humana, e parte fundamental. Podemos até dizer que a capacidade de amarmos e sermos amados é uma das características que nos distinguem como seres humanos.


Para que esse amor se realize em nós, ele deve se voltar ao outro. Como já vimos, o amor próprio positivo – aquele que nasce do profundo respeito por si mesmo e pela consciência de ser amado por Deus – é muito importante para a maturidade cristã. Mas esse amor só não basta. Ele é uma etapa, um requisito para a maturidade, mas não é a maturidade em si. Essa maturidade só vem quando experimentamos um amor que se volta para o outro.
Quando falamos em amor, podem passar por nossa mente uma série de definições do termo. Apesar de conhecermos o Amor verdadeiro, a cultura dessacralizada que nos rodeia apresenta várias ‘expressões’ de amor, ou melhor, de um pseudo-amor. O resultado é que a palavra ‘amor’ está desgastada. Temos de recuperar seu verdadeiro significado. E ele é um só. O que será que define o amor que o homem é chamado a vivenciar? Pelo que já foi dito acima, podemos intuir qual é a característica fundamental desse amor. Para entender melhor, vejamos o exemplo de Jesus. Em toda a sua vida pública, sem falar em sua própria Encarnação, o Senhor só fez uma coisa: doar-se. Ele entregou-se. Não pediu nada. Apenas constantemente se entregou. Deu-se ‘até a morte e morte de cruz’.
Jesus chegou a dar o ‘seu’ mandamento: “Amai-vos como eu vos amei”. E nos deu também dicas preciosas para reconhecermos esse amor. Uma delas é: “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus irmãos”. Aqui encontramos então a maturidade da vocação cristã: dar.


O amor que o homem deve buscar é o amor de doação. Não é qualquer sentimento de afeto que busca resposta, retribuição, posse. É um amor que quer se entregar, se doar para fazer o outro crescer. Até o fim se for preciso. Cada um de nós é chamado por Deus a uma única coisa, da qual todos os outros chamados particulares derivam: a AMAR.
Precisamos entender bem isso antes de seguir adiante. Todo homem e toda mulher, seja qual for a sua raça, nação, credo, idade, estado de vida ou classe do irmão. Somente fazendo isso atingiremos a maturidade plena de seres humanos. Se queremos crescer como gente, precisamos saber que o único caminho é o do amor-doação. Não será o sucesso profissional, a estabilidade matrimonial, uma boa situação financeira ou a satisfação de todos os nossos desejos que efetivamente nos levarão à plenitude de nossa humanidade, mas sim o amor-doação. “O homem, a única criatura na terra que Deus quis por sim mesma, não pode se encontrar plenamente se não por um dom sincero de si mesmo (cf. Lc 17, 33)” (GS 24).
O motivo disso é simples: Jesus viveu esse amor. O Novo Adão veio redimir e resgatar aqueles que se perderam do plano inicial do Pai. O Emmanuel veio ensinar a toda a raça humana como ser homens e mulheres em plenitude, como Ele mesmo o foi. E seu ensinamento não é outro senão o do amor.


Portanto, meu irmão e minha irmã, fomos criados pelo Amor e para o amor. E não apenas para receber amor, mas para amar. Muitas vezes carregamos carências afetivas que têm origem na concepção, gestação, infância e até adolescência. Essas carências nos impedem de amadurecer no amor. É que, quando nascemos, somos receptores de amor. É o que devemos ser. Desde o período da concepção e por toda a infância devemos receber amor. Claro que damos também amor a nossos pais e irmãos. Mas primordialmente nesse período devemos receber amor. É como se carregássemos as baterias de amor para dá-lo pelo resto da vida. Quando não recebemos todo o amor que precisamos nessa fase, surgem as carências. Aí precisamos então curar essas marcas, esses vácuos de amor, para poder crescer e amadurecer. Buscar ver sanadas nossas carências é tarefa a ser desenvolvida durante todo o curso de nossas vidas. Nesse trabalho, devemos utilizar todas as ferramentas disponíveis, tanto na ciência, quanto na Igreja. A profundidade do conhecimento e da vivência íntima do Amor de Deus tem como fruto a cura das carências. Também chegamos a esse resultado através do desenvolvimento de uma vida sacramental e da busca da oração de cura, seja pessoal ou comunitária. Em alguns casos, quando as feridas do coração e as lacunas de amor são mais profundas, devemos buscar auxílio profissional de um psicoterapeuta habilitado e preferencialmente cristão.


Resumindo tudo isso numa frase, devemos ser Jesus para o outro. O que Jesus faria no meu lugar? Como Jesus trataria essa pessoa? O que Jesus diria? Perguntas desse tipo nos ajudam a discernir que atitude tomar em nossos relacionamentos.
Fonte site RCC Nacional.

Um comentário:

  1. Salve Maria!

    Exato, mas a maturidade na fé também está em saber, crer e professar em palavras e obras que quem nos amou primeiro foi Deus! Amou tanto que não poupou seu Filho, e o Filho nos amou tanto que assumiu nossa humanidade e nossos pecados; e o Espírito Santo amou tanto que concebeu Cristo na Virgem Maria!

    Hoje por conta deste "ecumenismo" distorcido virou até tabu assumir esta verdade! Porque temos que fazer de conta que todo amor leva a Deus, e toda forma de amar é boa!

    Lembrando que o primeiro mandamento diz: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS e o segundo AMAR SEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO! Eu questiono, como posso amar a Deus sobre todas as coisas e negar o AMOR DE DEUS POR MIM? Porque quem me amou primeiro foi Deus e seu amor é expresso de forma ímpar na CRUZ!

    Como posso me amar e amar o irmão se eu buscar a salvação em outra fonte sem ser a que Cristo deixou???

    A maturidade cristã está também no fato de não termos medo da verdade e levá-la a todos; mesmo que sejamos odiados, perseguidos ou mortos! E nisto estará o verdadeiro amor! Porque se eu amo alguém desejo a sua salvação!


    Fiquemos com Deus!
    Saudades minha linda amiga.

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